rss
email
twitter
facebook

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SAGA: Um nordestino congelando em Porto Alegre


FISL11 chegando, estava na hora de embarcar para Porto Alegre. Depois de 6 horas de avião, chego ao gelado estado gaúcho.

Assim que desembarquei em Porto Alegre, já matei a saudade do nordeste, pois minha mala demorou tanto para entrar na esteira que pensei estar na Bahia (nada pessoal, Dailson. kkk). Malas resgatadas, e estava o grande Zé Mário me aguardando, com uma plaquinha com meu nome na mão - me senti até nos filmes americanos onde a pessoa importante chega e tem plaquinha a espera -, e uma simpatía ímpar. Não o conhecia bem, na realidade, apenas nos vimos alguns minutos uma certa vez que ele foi para o Recife (meu pai que me lembrou disto, por sinal), mas logo me senti confortável com tamanha hospitalidade e atenção, que por sinal, são marca do povo gaúcho em relação aos turistas.

Estava cansado, afinal, é muito tempo de vôo nas desconfortáveis aeronaves até aqui, mas a fome falava mais alto (afinal, só tinha tido os 2 lanches da TAM, o que não mata a fome de ninguém) e terminei indo a um shopping perto da casa do Zé Mário. Eis que começa o lado cômico da viagem:

Chego a um restaurante, e pergunto o que tem para comer.. noto que mostrar o prato (escolher o que deseja mais as guarnições) é algo meio raro e novidade por aqui, mas, encontrei um que seguia esta linha. Fui pedi o prato e a atendente parecia bem mal humorada, pois em esperava eu terminar de falar as frases.

- "Gostaria de um filet"
- "Molho?"
- "Mostra..."
- "Acompanhamentos?"
- "Arroz bra..."
- "O próximo?"
- "Batata fri..."
- "O próximo?"
- "Hum.. qual o tipo de feijão que vocês usam?"
- "Feijão, senhor!"
- "Mas qual? verde? branco? macassa?"
- "Feijão, senhor!"
- "Sim, mas existem vários tipos!"
- "Feijão, senhor!"
- "Se eu te contar quantos tipos de feijões tem no Recife, irias entender a pergunta, moça"
- "Mas é feijão, senhor!"  

Quando o diálogo parecia estar recursivo, apareceu um outro rapaz que trabalhava no local, creio que na cozinha, que entendia o que eu queria saber e falou que era feijão preto.. ufa.. consegui pedir o que comer, apesar da fome enorme.
No Recife, quando se pede um prato, recebe-se um papel com um número, que será chamado através de um aparelho e a pessoa irá buscar o prato, aqui, no RS, levamos para a mesa uma placa que deveria ter uns 10cm de largura por 20 de altura.. pense em uma coisa enorme.. peguei esta placa e segui rindo para alguma mesa, para esperar o prato que seria servido diretamente na mesa. Eis que chega o prato, olhei e vi arroz, batata frita e o filet.. quando eu iria perguntar sobre o feijão, ei que surge em um copo, com uma colher, como se fosse um caldinho. Comecei a rir para mim mesmo, e a garçonete perguntou se estava tudo bem, foi quando falei que feijão no copo era novidade para mim, pois no Recife vinha era tudo misturado! Ela riu e falou que eu veria muita coisa diferente, ainda.

Após finalmente conseguir matar a fome, voltei para a casa em que estou hospedado e logo recebi o convite para sair para jantar com o Zé Mário. Aceite, mas não imaginei que este jantar seria apenas 1:30 depois de ter almoçado. Fomos a um restaurante um pouco mais elegante, chamado Fratello (por elegante entenda pouca comida e muito preço). Foi bem agradável, pois conversamos bastante. Além de mim, e de Zé Mário, nos acompanharam a companheira dele, Neide, a a filha da Neide. Pena que o namorado da filha da Neide não foi, pois ele é da área de informática também, e seria bem legal trocar experiências.

Jantamos bem, foi agradável, e depois seguimos para casa, para podermos descansar (antes, o Zé Mário deixou a Neide sua filha em casa).

Foi um dia muito agradável e divertido.

Gostaria de agradecer muito ao Zé Mário pela hospitalidade que está tendo comigo. Estou me sentindo muito a vontade na casa dele.

Enfim, este foi o primeiro dia de um nordestino passando frio... em breve os dias 2 e 3 no gelo.


1 comentários:

Camylle disse...

Cada um diz uma coisa diferente do Sul. Você disse que são hospitaleiros, em outros sites vi que nordestino sofre com preconceito e desiste de ficar por aí. Tentando entender...

Postar um comentário